quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Rotina de primeiro dia.

                                   


O despertador estava berrando, e eu tentando me convencer que eu tinha que levantar. O dia estava mais frio que o normal, como se o nervosismo já não conseguisse me deixar gelada por si só. A blusa preta escorreu pelo meu tronco, me arrepiando de tão gelada. Meu estômago estava revirando, o nervosismo me consumindo.
No espelho, encarei meu reflexo enquanto o blush tirava minha aparência doentia, tentando esconder as noites que passara escrevendo. 
Minha amiga chamou-me da porta, e eu a encarei já com um olhar de "Vou desmaiar" estampado no rosto. Ela sorriu fracamente, e eu quase pude ouvir os olhos dela gritando "Então somos duas". Meu pai abriu a porta do carro, e meu estômago quicou. 
Quando já não existia nada para me segurar longe do novo, caminhei pelos corredores silenciosos do que seria a minha escola por um ano, ou mais. A tensão estava no ar, todos não estavam muito diferentes de mim, e isso me acalmou um pouco. A carteira parecia cômoda, me ajustei bem, e pude ver pela visão periférica alguém interessante me olhando. Ok, isso deve ser bom. 
As aulas se passaram, os professores eram muito divertidos, o psicólogo gravou meu nome (mas isso não é bom), e no final das aulas, fui visitar meu antigo colégio. É estranho, sabe? Um lugar em que eu me sentia em casa já não me pertence... agora, depois de oito anos naquela escola (minha casa), chegou a hora de encarar uma vizinhança nova. 

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