domingo, 8 de setembro de 2013

Metamorfose em forma de mulher.


Ela era alguém que vivia à sombra do mundo. De forma clara, estava no lugar errado. Era linda, mas não como devia. Sabia das coisas, mas era dissimulada ao ponto de ser sonsa. Era perfeitamente linda, engraçada, inteligente. Quem a via não imaginava do que ela era capaz.
Por de trás da capa de menina moça vivia uma força estupidamente incontrolável de cunho vingativo, e que, de certa forma, a faria um ser respeitável e forte. Nada poderia detê-la. Nem o mais forte dos anjos decaídos na mais fria e cálida noite de inverno no inferno. Ela era determinada, de uma determinação desconhecida, apesar de ser insegura, sendo, portanto, contraditória.
Era víbora e lebre, cão e gato, chocolate e alface, vida e morte. E por detrás de tanta força a delicadeza meiga de uma menininha leve de sonhos leves e olhar pesado. Menina que já era mulher, menina que a vida metamorfizou.
Menina que sonhava em ter uma menina... Ou um menino talvez; que pensava seriamente na sensação de ser mãe, tinha como um dos seus sonhos prediletos. Sonho ou meta, será que se sabe?
Da sua fina mão de poetiza, saem textos de uma técnica inexplicável. Talento? Reencarnação? Psicografia? Inspiração? Nem um ser superior sabe ao certo.
Aquela que nasceu no mundo de Júpiter, se criou na casa de Minerva, bebeu da água de Diana, inspirou a casa de Baco, impressionou um cupido e vive como Vênus.
Vênus. Talvez essa seria a melhor forma de descrevê-la. Ou seria uma Helena de Tróia? Cleópatra? Ou estaria mais voltada pra força de Margaret Thatcher...
Ainda bem que de certo o Ser Superior a consignou ao nosso plano, planeta, vida, lugar, vizinhança, idade...
Seria deveras triste a vida sem a existência da Deusa, da mulher vita.
Voltando a falar dos olhos: Sendo eles que mostram a alma, esta seria triste? Alegre? Porque justamente ela com esses "Olhos de cigana oblíqua e dissimulada"?
O fato é: Nem que eu tente mil vezes pelos próximos dez mil anos, não conseguirei descrever precisamente a Amazona que existe no coração desta mulher.


- Gabriel Falcão.


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