terça-feira, 18 de maio de 2010

Pois é...



Eu andei por ai, naquele temporal, desiludida comigo mesma e com o mundo. Afinal, minha infância havia terminado há algum tempo, mas eu sentia saudade. Saudade da inocência que me cercava, das poucas coisas que me faziam sorrir, de poder chorar no colo de alguém sem medo de parecer infantil, de fazer birra só de brincadeira pra irritar você, de sentir que ainda havia muito tempo até que eu tivesse que tomar sérias decisões que podiam mudar minha vida. Quando criança eu podia dizer que gostava de você, e ficávamos de mãos dadas por todo o tempo que tínhamos juntos, nos chamando de namorados.
Era fácil... como respirar.
Depois... Tive olhos diferentes... Olhos que eu não queria nunca ter descoberto, pra não ter que me magoar.  Olhos que me mostraram a beleza que havia em você que eu nunca notara, olhos que me fizeram querer você com tal ansiedade que chegava a ser constrangedor.
 As coisas mudaram... os meus sentimentos foram com elas... Como eu não percebi isso antes? Como eu não escutei todos os meus avisos internos? Como eu pude deixar que isso chegasse a tal ponto? O ponto de me matar por dentro por semanas... Mas tudo mudou não é?
Decidi me encontrar, encontrar-me comigo mesma e dá um ponto final no meu problema, nesse caso, você. Decidi que não era eu que não te merecia, como pensei várias vezes insanamente, era você o tempo todo que merecia ter sentido o que eu senti: Aquele  frio, o vazio no peito... como seu eu estivesse sem uma parte de mim... e realmente estava, estava sem senso. Você, de uma maneira covarde, fugiu de mim e com medo de se machucar me machucou. Isso foi me irritando e logo a irritação superou o amor que sentia por você, sobrando só pena e amizade. Uma amizade que eu gosto de ter, talvez goste mais de sentir amizade por você do que paixão. O problema é que você foi covarde demais pra ter coragem de agir como se deve. Mostrar  o quanto gosta de mim, o quanto me amava. Mas não. Eu nem sabia o quanto você me queria e se realmente achava que eu valia a pena... porque você nunca me disse. Eu  tentei  várias vezes entender o que você sentia por mim e tentar ver o porque de você não agir da forma que eu agia.
Até agora não entendo como você é, não entendo o que você faz pra demonstrar o que sente, mas depois de pronunciar as palavras que decretaram o fim da nossa história amorosa fracassada, eu me senti livre e leve, pois estava livre de qualquer sentimento “errado”  que um dia eu fui ter. Você me disse que estava tudo bem, que era bom eu ter falado, já que a situação estava ficando preocupante; você me fez entender que não sentia mais nada por mim, o que não faz diferença agora, não mais. O meu único problema é que mesmo você tido feito tudo errado, fazendo a ruína os meus sentimentos, eu ainda sinto dó de você... dó do que eu vejo em seus olhos: amor.
Talvez você merecesse sofrer um pouco... Talvez... Mas isso não sou eu que tenho que julgar ou não; mas acredito que agora você entenderá o que eu senti, e tenha um leve gosto da sensação de não me ter por perto, e dá vontade de chorar incessante no coração. Pois você me perdeu de maneira decisiva, e se um dia me quiseres novamente terá que começar tudo de novo, toda a conquista, porque tudo o que eu sentia por você foi por água abaixo junto com a sua coragem.



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