segunda-feira, 14 de junho de 2010

A garota vendada.





Ela nunca havia tido a sensação de desespero a ponto de sentir-se vendada. Aquela era a hora decisiva e nada ajudava. Chegou para a sua melhor amiga, ameaçando cortar os pulsos, pois não aguentava mais, estava desesperada. A amiga lhe tranqüilizou, disse que iria conseguir, que precisava ter coragem de fazer mais por ela, que se ninguém faria nada, ela pelo menos devia tomar uma atitude. A menina a olhou com os olhos lacrimosos e a abraçou. A sua melhor amiga estava ali, dizendo que se ninguém fizesse por ela - nem ela mesma - a amiga lhe salvaria. 
Com cautela, a amiga foi tranquilizando-a e convencendo-a que se nada desse certo no final, a morte não resolveria; desesperada pela garota, com ânsia de protege-la mas sem poder para isso, a menina sentia-se 'de mãos atadas', tão sem ação quanto a menina 'vendada'. O que fazer?, repetia a menina para a melhor amiga. 
A garota de 'mãos atadas' respondeu, abraçando-a forte: 'Não importa. estarei sempre aqui, do seu lado, mesmo que para fazer nada, você sempre me terá aqui, nem que seja para impedir seu ato insano, sempre amiga, sempre'.

 

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